No mês de setembro os mercados americanos refletiram os temores de inflação com aumento das taxas de juros futuras e foi o pior mês desde Março/2020.
Mas o SP500 ainda está 15% positivo no ano.
Há vários dados indicando problemas nas cadeias de suprimentos globais com interrupções, atrasos e escassez. Logo no período pré-Natal quando o consumo é historicamente maior.
Na Europa ainda tem dados de inflação com o pior mês de setembro em 13 anos, principalmente pelos custos crescentes de energia.
A inflação e perspectiva de de taxas de juros mais altas faz com que investidores reposicionem suas carteiras de ações e também vendam seus títulos públicos. Pior para as Techs. As principais do setor perderam mais de US$200Bi em valor de mercado com as recentes quedas.
Após a última reunião do FED muitos analistas apostam na redução de estímulos monetários com o fim das compras de títulos pelo banco central a partir de Novembro. A redução de liquidez faria com que o mercado acionário tivesse que caminhar “com as próprias pernas”. Seria o princípio de “normalização” da economia.
Tudo isso vem confirmando que a tese de “inflação temporária”, defendida por tantos analistas e economistas, não está tão correta ou, ao menos, com a inflação não tão temporária assim.
Na China fabricantes de silício reduzem a produção pelo aumento do custo com energia. O Goldman Sachs é mais um banco a reduzir a previsão do PIB Chinês. A queda na atividade econômica na China pode afetar a atividade industrial em mais de 40% dos países.
Fora a preocupação com mercado imobiliário Chinês. A Evergrande que está a beira do colapso tem, em ativos, mais do que toda a bolha do Subprime nos EUA em 2008 que estourou com a quebra do Lehman Brothers.
O grupo Chinês é um claro exemplo do que pode ocorrer o crescimento artificial e alavancado por governos para inflar o PIB. As dívidas da Evergrande representam 1/3 do PIB da Rússia. De acordo com a Reuters, a Evergrande foi o maior emissor de títulos em 2020: US$32 Bilhões. Um aumento de 390% em relação a 2015.
O gráfico M1 sinaliza a base monetária. Quantidade de dinheiro em circulação e em depósitos a vista nos EUA e no Brasil – injeção de liquidez.
A Evergrande não é um caso atípico, é um sintoma. Injeções maciças de liquidez, alavancagem generalizada, juros artificialmente muito baixos são parte da receita Keynesiana tão difundida nos países hoje em dia e que provocam algumas distorções em nome de um suposto “crescimento econômico” que, na verdade, acaba por gerar essa inflação atual, reduzindo o poder de compra das pessoas, e provocam ciclos econômicos cada vez mais curtos entre o boom, expansão, recessão e a depressão.
Nos investimentos, antes de querer ganhar pense em se proteger, é impossível dominar probabilidades de grandes riscos.
Rodrigo Andrade
Head Mercado Internacional
Topo Invest | XP
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